VELHICE
9/12/2020

O grande escritor Carlos Castañeda, em seu livro “A Erva do Diabo”,
lista como quatro os inimigos do homem:

O Medo, a Clareza, o Poder e a Velhice.

Que me perdoe Mestre Castañeda,
mas não vejo a Velhice como inimiga
e, sim, como aliada.

Já escrevi antes, aqui neste espaço,
que o tempo é um amigo,
desde que nos harmonizemos com ele.

A Velhice tem suas perdas e seus ganhos:

Perdas:

Força física, cabelos, dentes ( se não cuidar ), audição, visão, memória...
 e, às vezes ( por conta do destino ),  câncer de próstata, alzheimer,
reumatismo, artrose, artrite, mal de Parkinson, bronquite, osteoporose...

E por aí vai.

Ganhos:

Inteligência, conhecimentos, experiência, respeito ( se fizer por merecer ),
sensibilidade, sabedoria, prudência, desapego às coisas materiais,
carinho dos netos ( quando os tiver ), escolhas, certezas, calma,
paciência ( muito necessária ) simplicidade, desprendimento...

E muitas outras coisas..

Os velhos podem olhar para trás.
Os jovens, para frente.

Os velhos são o passado.
Os jovens, o futuro.

O passado é uma certeza.
O futuro, uma incógnita.

Nas tribos indígenas tradicionais,
as crianças eram entregues aos mais velhos,
para que eles cuidassem delas e lhes transmitissem experiência e sabedoria

Os velhos sabem das coisas.

Pelo menos, deveriam saber.

Felizmente, a Ciência tem evoluído muito e,
hoje, a expectativa de vida aumentou.

As pessoas estão conseguindo envelhecer
mais saudáveis e mais jovens.

A velhice é uma experiência fantástica.

Menos para os rabugentos, revoltados, preguiçosos, teimosos,
antipáticos, avarentos, irracionais e arrogantes.

Esses serão punidos com o desprezo, a indiferença e a solidão.

Na velhice percebemos que muitos dos valores tradicionais desaparecem.

Por exemplo:

O dinheiro perde muito a sua importância.

A não ser para os remédios, é claro.

Mas isso, nos países civilizados, governados por pessoas sérias, não é problema,
porque o dinheiro da aposentadoria só é usado para os pequenos gastos pessoais.

Para o essencial, como saúde, escola ( para os netos ), transporte, segurança,
saneamento básico, etc. etc., os velhos não precisam do dinheiro.

O Governo providencia tudo.

Pra nós, brasileiros, isso é um sonho.

Até o amor, na velhice, é mais verdadeiro,
mais consciente, racional, paciente, definitivo.

Portanto, penso que o momento da velhice
é um momento mágico, aberto a muitas reflexões:

vamos reavaliar nossos erros e acertos.

Fazer do perdão e do otimismo, um caminho a seguir.

Desfrutar melhor da companhia das pessoas queridas.

Apreciar mais os velhos e os novos amigos.

Atenuar, com boas lembranças,
a saudade dos que se foram,
etc.etc.etc.

Finalmente,

vamos rir das piadas sobre velhos,

das situações bizarras e, às vezes, ridículas.

Sem constrangimentos, porque o mundo é um Teatro.

 A vida, uma Peça.

E cada um de nós tem o seu papel a desempenhar.


Até o último ato.


Até o fechamento das cortinas.





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