O tempo é um amigo.
Mas se a gente brigar com ele, vira um inimigo mortal.
Implacável.
Vingativo.
Então, melhor não brigar.
É preferível harmonizar com ele.
Deixar de considerá-lo um roedor, destruidor de vidas.
Pensar nele como um companheiro.
Fiel e paciente.
Um aliado.
Quando erramos, não gostaríamos de ter outra chance de corrigir o erro?
O tempo pode nos proporcionar essa chance.
Quando estamos perdendo o jogo, aos 44 do segundo tempo,
não gostaríamos de mais algum tempo para revertermos o resultado?
A sabedoria popular já consagrou:
“Dar tempo ao tempo”
“O tempo cura todas as feridas”
“O tempo é o melhor conselheiro”
“Só o tempo dirá”...
E outras verdades.
Certa vez li num livro do Malba Tahan ( pseudônimo de Júlio Cesar de Melo e Souza ),
O conto "O tempo náo passa - uma lenda japoneza",
onde ele conta a história do Deus Izanaghi,
que, atendendo a um pedido de sua amada esposa,
fez parar o tempo, para afastar o temor da morte
que o passar do tempo causa nos humanos.
Mas isso não satisfez a todos.
As crianças queriam crescer pra casar.
Os rapazes envelhecer pra criar os filhos.
E os velhos morrer, pra descansar.
Todos reclamaram.
Izanaghi, então, se enfureceu e proferiu:
"Ingratos!
O tempo voltará a passar mas será, sempre, ao contrário dos seus desejos.
Será rápido e fugaz nos momentos alegres e lento, muito lento, nos momentos tristes".
E assim foi feito.
Nós não queremos isso, queremos?