Resumo de um comentário de Alan Kardec extraído de suas “Obras póstumas”, de 1869:
Aristocracia vem do grego: aristos ( o melhor ) e kratos ( poder ).
Em todos os tempos a sociedade nunca prescindiu dos chefes.
Sua autoridade foi conferida aos chefes de família, aos mais antigos, aos anciãos, em suma, aos patriarcas.
Esta foi a Primeira das aristocracias.
Com a multiplicação das sociedades, as disputas ( guerras ) entre as comunidades enfraqueceram os patriarcas, que deram lugar aos líderes mais fortes e vigorosos.
Surgiram, então, os primeiros chefes militares.
Muitos abusaram do poder e subjugaram os mais fracos.
Foi o reino da força bruta.,a Segunda aristocracia.
Esse período durou muito tempo, pois os vencedores escravizaram os vencidos e transferiam a sucessores seus bens e privilégios.
Os mais fracos, impotentes, se acostumaram com essa situação e a sociedade se dividiu em duas classes: superiores e inferiores.
Estabeleceu-se a aristocracia do nascimento, que aliada à da força bruta, criou condições legais e, até divinas, para se perpetuar no poder.
Mas, para isso, foi necessário manter os oprimidos na ignorância.
Porém, a classe inferior, obrigada a trabalhar para viver, desenvolveu a inteligência e viu com clareza a força que se lhe opunha e, sentindo-se forte, pelo maior número, aboliu os privilégios da classe dominante e proclamou a igualdade perante a Lei.
Este princípio, marcou o fim da Aristocracia do reinado do nascimento.
Elevou-se, então, uma terceira potência:
O Dinheiro.
Com ele, era possível dispor-se das pessoas e das coisas.
Era um sol nascente diante do qual todos se curvaram.
Mas logo perceberam que para conseguir riqueza, era necessário uma boa dose de inteligência e, com isso, o dinheiro foi, pouco a pouco, perdendo seu prestígio e a potência do dinheiro foi substituída por uma aristocracia mais justa:
a da inteligência.
Diante dela todos poderiam se curvar sem medo, pois ela pertence tanto ao rico quanto ao pobre.
Seria essa a última, a mais alta expressão da humanidade civilizada?
Não, pois a pessoa inteligente pode fazer mau uso de suas faculdades.
Seria necessário uni-la à moralidade.
Teríamos, então, uma Aristocracia intelecto-moral.
Mas isso seria possível, com tanto orgulho, egoísmo e cupidez reinando na terra?
Sim!
Hoje, a inteligência domina o ser humano, não há como negar.
Há exemplos de gente do povo chegando a cargos de importância.
Não seria a aristocracia intelecto-moral mais justa, lógica e racional que a da força bruta, do nascimento ou do dinheiro?
Sim, com certeza.
É preciso sonhar.
E lutar.
Sonhar não custa nada.
Lutar exige sacrifícios, paciência, perseverança e
FÉ